A Arte do Café.
Uma Lenda a qualquer hora...
Capuchino, com Natas, ristretto ou ...Simplesmente um Café.
A Origem
A história do café começou no século IX. Originário das terras altas da Etiópia (possivelmente com culturas no Sudão e Quênia) e difundido para o mundo através do Egito e da Europa[4]. Acredita-se que a palavra café seja derivada da palavra Kaffa, região da Etiópia.
Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que suas cabras ficavam mais espertas ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.
Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de Kahwah ou Cahue (ou ainda Qah'wa, do original em árabe قهوة). Enquanto na língua turco otomana era conhecido como Kahve, cujo significado original era vinho. A classificação Coffea arabica foi dada pelo naturalista Lineu.
O café no entanto teve inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam suas propriedades contrárias às leis do profeta Mohammad. No entanto logo o café venceu essas resistências e até os doutores maometanos aderiram à bebida para favorecer a digestão, alegrar o espírito e afastar o sono, segundo os escritores da época.
Em 1475 surge em Constantinopla a primeira loja de café, produto que para se espalhar pelo mundo se beneficiou, primeiro, da expansão do Islamismo e, em uma segunda fase, do desenvolvimento dos negócios proporcionado pelos descobrimentos.
Por volta de 1570, o café foi introduzido em Veneza, Itália, mas a bebida, considerada maometana, era proibida aos cristãos e somente foi liberada após o papa Clemente VIII provar o café.
Na Inglaterra, em 1652, foi aberta a primeira casa de café do continente europeu, seguindo-se a Itália dois anos depois. Em 1672 cabe a Paris inaugurar a sua primeira casa de café. Foi precisamente na França que, pela primeira vez, se adicionou açúcar ao café, o que aconteceu durante o reinado de Luís XIV, a quem haviam oferecido um cafeeiro em 1713.
Fazenda típica de café, vista do terreiro de secagem do café ao fundo instalações - Avaré.
Na sua peregrinação pelo mundo o café chegou a Java, alcançando posteriormente os Países Baixos e, graças ao dinamismo do comércio marítimo holandês executado pela Companhia das Índias Ocidentais, o café foi introduzido no Novo Mundo, espalhando-se nas Guianas, Martinica, São Domingos, Porto Rico e Cuba. Gabriel Mathien de Clieu, oficial francês, foi quem trouxe para a América os primeiros grãos.
Ingleses e portugueses tentaram a sua sorte nas zonas tropicais da Ásia e da África. As primeiras plantações dos portugueses no Brasil foram feitas na Região Norte do país, em 1727. Francisco de Melo Palheta foi quem introduziu no Brasil o café, depois de uma viagem à Guiana Francesa.
As condições climatéricas não eram as melhores nessa primeira escolha e, entre 1800 e 1850, tentou-se outras regiões: o desembargador João Alberto Castelo Branco trouxe mudas do Pará e as cultivou em Rio de Janeiro, depois São Paulo e Minas Gerais, locais onde o sucesso foi total. Também como fator favorável é citado haver nesses locais e no Paraná a terra roxa, considerada o melhor solo para o plantio do café. Graças a isso o Paraná tornou-se o maior estado produtor brasileiro em 1959. O negócio do café começou, assim, a desenvolver-se de tal forma que se tornou a mais importante fonte de receitas do Brasil durante muitas décadas.
Vale ressaltar que o sucesso da lavoura do café em São Paulo durante a primeira parte do século XX, levou a que o Estado se tornasse um dos mais ricos do país, fazendo com que vários fazendeiros indicassem ou se tornassem eles próprios presidentes do Brasil (política conhecida como 'café com leite', por se alternarem na presidência paulistas e mineiros), até que se enfraqueceram politicamente com a Revolução de 30.
Os estabelecimentos comerciais na Europa consolidaram o uso da bebida do café, e diversas casas de café ficaram mundialmente conhecidas, como a Virgínia Coffea House, em Londres, e o Café de La Régence em Paris, onde se reuniam nomes famosos como Rousseau, Voltaire, Richelieu e Diderot.
O invento da cafeteira, já em finais do século XVIII, por parte do conde de Rumford, deu um grande impulso à proliferação da bebida, ajudada ainda por uma outra cafeteira de 1802, esta da autoria do francês Descroisilles, onde dois recipientes eram separados por um filtro.
Em 1822 uma outra invenção surge em França, a máquina de café expresso, embora ainda não passasse de um protótipo. Em 1855 é apresentada em uma exposição, em Paris, uma máquina mais desenvolvida, mas foi em Itália que a aperfeiçoaram.
Assim, coube aos italianos, apenas em 1905, comercializar a primeira máquina expresso, precisamente no mesmo ano em que foi inventado um processo que permitia descafeinar o café. Em 1945, logo após o final da Segunda Guerra Mundial, a Itália continua tendo a primazia sobre os expressos e Giovanni Gaggia apresenta uma máquina onde a água passa pelo café depois de pressionada por uma bomba de pistão. O sucesso foi notório.
Grãos de café Arábica.
Grãos de café Conilon (Robusta).
Café Arábica em cereja no cafeeiro.
Distribuição geográfica dos diferentes cultivos (r: robusta, a m: robusta e arábica e a: arábica).
Com a "quebra" da Bolsa de Valores americana em 1929, o Brasil teve a primeira grande crise de superprodução do café, tendo que o governo brasileiro promover a queima de estoques para tentar segurar os preços. Nos finais da década de 30, o Brasil tinha-se visto a braços com outro excedente de produção que foi resolvido com ajuda da Nestlé, quando esta inventou o café instantâneo.
Superada mais essa crise, o Brasil continuou a ser o maior produtor mundial de café, embora nos últimos anos tenha de concorrer com outros países da América Latina.
O café é, actualmente, a bebida mais consumida no mundo, sendo servidas cerca de 400 bilhões de xícaras por ano. O tipo de café mais comum é o arábica, ocupando cerca de três quartos da produção mundial, seguido do robusta, que tem o dobro da cafeína contida no primeiro.
• A maioria das pessoas que consomem café diariamente desconhece as substâncias saudáveis e os seus efeitos terapêuticos:
• O consumo moderado de café (de três a quatro xícaras por dia) exerce efeito de prevenção de problemas tão diversos como o mal de Parkinson, a depressão, o diabetes. Além disso melhora a memória e, consequentemente, o desempenho escolar.
• O café contém vitamina B, lipídios, aminoácidos, açúcares e uma grande variedade de minerais, como potássio e cálcio, além da cafeína.
• O café tem propriedades antioxidantes, combatendo os radicais livres e melhorando o desempenho na prática de desporto.
• Melhora a taxa de oxigenação do sangue.
A cafeína chega às células do corpo em menos de 20 minutos após a ingestão do café. No cérebro, a cafeína aumenta a influência do neurotransmissor dopamina.
Entre os malefícios causados pelo consumo excessivo de café podemos listar:
• Acção diurética compulsivo causadora de perda de minerais e oligoelementos, aminoácidos e vitaminas essenciais.
• Causa enfraquecimento do organismo através da perda de sódio, potássio, cálcio, zinco, magnésio, vitaminas A e C, bem como do complexo B.
• Possui relação directa com a doença fibroquística Pode causar de polipos (primeiro estágio do cancer no aparelho digestivo), verrugas, psoríases e outras afecções dermatológicas.
• Reduz a taxa de oxigenação dos neurónios.
• Provoca uma maior secreção de ácido clorídico, causando irritações nas mucosas intestinais que causam colites e ulcerações, principalmente para quem sofre de gastrite.
• Sua acção é acidificante do sangue, propiciando o surgimento de leucorreias, cistites, colibaciloses e variados acessos fúngicos.